Olyra humilis Nees |
Por esses dias estava caminhando em um fragmento em Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná...
Através de uma visão florística grosseira, acreditei que a mata era conservada. Em outras palavras, haviam diversas árvores grandes em tamanho e diâmetro ocupando o dossel do horto, com área de uns 200 hectares, como o guaritá (Astronium graveolens, da família da manga, porém não fornece frutos carnosos) e a peroba rosa (Aspidosperma polyneuron). Obviamente, é muito complexa a determinação do estado de conservação de uma floresta fragmentada. O argumento florístico, utilizado por mim, ou até mesmo o ecológico, através de dados quantitativos, ainda não seriam suficientes, visto que a história desse lugar não foi contada. Nesse ''era uma vez'' vários distúrbios devem ter ocorrido como queimadas, retirada de árvores, e principalmente, o próprio isolamento da mata, que acarretou a inundação de luz pelo seu interior, e a invasão de espécies não nativas da região.
A planta invasora foi a Tradescantia zebrina, uma erva rasteira que se espalha pelo solo e sobe as árvores, e por onde povoa, poucas espécies, herbáceas, arbustivas ou ''filhotes de árvores (plântulas) conseguem sobreviver.
Por outro lado, no chão da mata, as espécies herbáceas nativas também me chamaram atenção. Predominantemente eram os bambus herbáceos (sim, bambus não são definidos como ''gramas lenhosas'') do gênero Olyra e Parodiolyra que habitam essa camada. E como notado pelo meu querido colega Miguel, havia poucos arbustos dafamília Rubiaceae (família do café), sendo essa família notável nas nossas matas (o Miguel estuda essa família).
Afinal, poucas primas do café e muitos bambus molinhos.
Os bambus precisam de vento para dispersar o pólen e assim se reproduzirem. No interior da mata, isso deve ser um pouco complicado.