quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Transação I

Formiga numa grande ''floresta'' de Peperomia circinnata Link
                                    
Por esses dias, da janela do ônibus, vi que vale muito a pena prestramos atenção na nossa paisagem paranaense. Um cenário onde se misturam matas pequenas e plantações, mas que com um pouco de experiência, o que eram apenas colinas com tapetes verdes, amarelos e árvores agrupadas cedem lugar a uma mosaico onde cada copa, cada plantação tem sua identidade. Ao notar numa capoeira, um jangadeiro (Heliocarpus popayanensis ), com frutos castanhos esperando que o vento os levem para novas colinas, quiçá planaltos, em meio a algumas outras árvores que muitas vezes só sabemos a qual família pertecem, nos irradiam de euforia e melancolia. E fico digerindo inutilmente, como a foi saga botânica na bacia do Paraná, dos tempos desérticos mesozóicos até as reinações das perobas rosas (Aspidosperma polyneuron ), cedros (Cedrea fissilis ), angicos (Anadenanthera colubrina ), farinhas seca (Albizia edwallii ), figueiras brancas (Ficus eximia ) a perder de vista, e uma recente convivência com novas espécies de regiões muito distantes, convivência só permitida por um grupo de seres bípedes de muito distante também. Seria com certeza a nossa maior epopeia, nossa história mais preciosa se fosse totalmente revelada, mas também de todo não essencial.

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